domingo, 18 de maio de 2014

A little time

Já repararam na quantidade de vezes que passamos à espera de alguma coisa? Hoje esperei 2 minutos que o chá aquecesse no microondas e achei um desperdício de tempo. É verdade que podia ocupar esse tempo a fazer outra coisa qualquer que não fosse esperar mas, em vez disso, fiquei apenas a ver o tempo a passar. Esperamos que o chá aqueça, esperamos que a luz dos semáforos passe para verde, esperamos que alguém saia do autocarro para pudermos entrar, esperamos por tudo e por nada. Porque é que desperdiçamos tanto tempo da nossa vida? Por sermos seres demasiado preguiçosos? Talvez.

Poderíamos preencher esse tempo vazio com tanta coisa.Hoje, enquanto esperava que o semáforo passasse para verde, aproveitei para olhar em redor e reparar que haviam pequenas coisas que ainda não tinha dado conta de que estavam lá. Dizem que a vida é curta mas começo a achar que discordo. É normal que a vida nos pareça pequena quando passamos grande parte dela a olhar para o nada, a fazer nada, enquanto o chá aquece.

Joana Costa

sexta-feira, 16 de maio de 2014

BTD-DP

Hoje dei-me conta de que a vida seria muito mais divertida e sincera se pudesse vivê-la ao som das minhas músicas preferidas. Enquanto ouvimos as nossas músicas preferidas sentimos muito mais os nossos sentimentos a remexer dentro de nós.Sentimos vontade de tomar decisões, de dizer o que sentimos, de viver um dia de cada vez mas ao mesmo tempo fazer planos para o futuro. As nossas músicas preferidas levam-nos para pessoas, lugares e situações que, por algum motivo, mexeram connosco. Tenho algumas músicas que têm esse efeito em mim. Começo a ouvi-las e os pêlos começam a eriçar-se, sinto um aperto no coração e não consigo parar de ouvi-las. Quando as desligo parece que entrei noutra dimensão. Entrei no mundo real e deixo de sentir o meu coração acelerado, enquanto que os meus pêlos começam a voltar ao normal.Gostava mesmo de puder ver o mundo ao som das minhas músicas preferidas. Gostava de puder ver o resultado dessa experiência. Qualquer dia saio de casa com os fones nos ouvidos e só volto a tirá-los quando acordar no dia seguinte. Os sonhos não são tão bons quando nos deixamos dormir ao som das nossas músicas preferidas?

Joana Costa

domingo, 11 de maio de 2014

Os solteiros do séc.XXI

Até que idade podemos ser chamados de “solteiros”? Podemos ser solteiros para sempre ou temos obrigatoriamente que casar e ter filhos? Vejo muita gente por aí a gabar-se que vive muito bem sem alguém a quem chamar “parceiro” mas não sei até que ponto se sentem felizes. Quantas dessas pessoas não desejavam chegar a casa e ter alguém que lhes dissesse uma palavra carinhosa e lhes aquecesse os pés?

Estou a começar a chegar ao centro da questão. No meu ponto de vista há os solteiros por opção e os desgraçados que ninguém pega. Os solteiros por opção não têm paciência para planos a dois nem decisões em conjunto. Preferem estar sozinhos e aquecer os pés na lareira do que ter de estar constantemente a dividir a vida e os pensamentos com outra pessoa. Acredito que se sintam por vezes sozinhos e que sintam falta de ter alguém para partilhar um pacote de pipocas no cinema mas também sei que sabe muito bem estar “alapado” no sofá a devorar séries como se não houvesse amanhã.

Em relação aos desgraçados que ninguém lhes pega bem… Quanto a isso acho que não há muita solução possível. Podem sempre ter a sorte de encontrar um da mesma espécie e deixarem de ser desgraçados. Acho que os casais que estão juntos à 100 anos no fundo sempre foram uns desgraçados que assim que encontram o amor nunca mais o largam com medo de ter de evitar ir ao cinema para não terem de comer um pacote de pipocas sozinhos. Não é que isto seja uma critica mas não sei até que ponto continuam felizes como no primeiro dia em que viram a sua “cara metade”.

Os solteiros por opção são muito mais rebeldes. Quando encontram o amor, usam e abusam dele, mas acabam sempre por se fartar e deitá-lo fora, na esperança de voltar a ter a vida de solteiros que tinham antes.


Quando o universo junta solteiros por opção com solteiros por opção e desgraçados que ninguém lhes pega com desgraçados que ninguém lhes pega, o mundo continua a girar. O problema aparece quando se junta um solteiro por opção com um desgraçado. Quando isso acontece... bem acho que já se sabe o desfecho.


Joana Costa