Até que idade podemos ser
chamados de “solteiros”? Podemos ser solteiros para sempre ou temos
obrigatoriamente que casar e ter filhos? Vejo muita gente por aí a gabar-se que
vive muito bem sem alguém a quem chamar “parceiro” mas não sei até que ponto se
sentem felizes. Quantas dessas pessoas não desejavam chegar a casa e ter alguém
que lhes dissesse uma palavra carinhosa e lhes aquecesse os pés?
Estou a começar a chegar ao
centro da questão. No meu ponto de vista há os solteiros por opção e os
desgraçados que ninguém pega. Os solteiros por opção não têm paciência para
planos a dois nem decisões em conjunto. Preferem estar sozinhos e aquecer os
pés na lareira do que ter de estar constantemente a dividir a vida e os
pensamentos com outra pessoa. Acredito que se sintam por vezes sozinhos e que
sintam falta de ter alguém para partilhar um pacote de pipocas no cinema mas
também sei que sabe muito bem estar “alapado” no sofá a devorar séries como se
não houvesse amanhã.
Em relação aos desgraçados que ninguém
lhes pega bem… Quanto a isso acho que não há muita solução possível. Podem
sempre ter a sorte de encontrar um da mesma espécie e deixarem de ser
desgraçados. Acho que os casais que estão juntos à 100 anos no fundo sempre
foram uns desgraçados que assim que encontram o amor nunca mais o largam com medo
de ter de evitar ir ao cinema para não terem de comer um pacote de pipocas
sozinhos. Não é que isto seja uma critica mas não sei até que ponto continuam
felizes como no primeiro dia em que viram a sua “cara metade”.
Os solteiros por opção são muito
mais rebeldes. Quando encontram o amor, usam e abusam dele, mas acabam sempre
por se fartar e deitá-lo fora, na esperança de voltar a ter a vida de solteiros
que tinham antes.
Quando o universo junta solteiros
por opção com solteiros por opção e desgraçados que ninguém lhes pega com
desgraçados que ninguém lhes pega, o mundo continua a girar. O problema aparece
quando se junta um solteiro por opção com um desgraçado. Quando isso acontece...
bem acho que já se sabe o desfecho.
Joana Costa